Contra a Parede
Não tem senso, não sabe se permite deixar saborear o perigo intenso e se
entrega, mas não existe tempo ou momento e sim a vontade no relento, nu
na noite, entregue ao pensamento. Tateando o breu, encontra no silêncio
a hora certa de retirar o ar e aspirar o sonho. Te joga contra parede e
te prende os braços, enchendo a boca de beijos, vontades entregues a
madrugada, que sentem a sua carne pulsar e o corpo arder. Desmancha a
tinta, derrama desejo e a cada toque dos dedos, treme pelo querer,
saboreia o suor e a saliva, se misturando no prazer. O olhar escorre
como veneno, a verdade viva se faz voraz e nada mais se pensa, apenas se
sente. A vontade tira a roupa, o calor brilha a pele e o corpo se
entrega ao momento, ao perigo de fugir dos braços e cair em abraços
sacanas, aquilo que vira mundos em dois tempos e sem perder tempo quer
devorar cada pedaço inseguro do ser, do imaginar, do querer. Não se sabe
o que acontece, nem o que vai acontecer, só quer mais, sabe que gosta e
não quer esquecer. Pergunta baixinho quem sou e num sussurro respondo.
Leonard M. Capibaribe
Nenhum comentário:
Postar um comentário